Slenderman

Eu costumava ter uma vida normal. Eu era zelador em um cemitério local. Não era o melhor emprego do mundo, mas hey, pagava minhas contas. Eu vivia sozinho em um complexo de apartamentos que ficava cerca de um quilometro de onde eu trabalhava. Eu gostaria de estar escrevendo histórias curtas sobre minha vida chata e os dias que passei no cemitério, de quando eu trabalhava lá, as tardes eram geralmente crepusculares, eu nunca trabalharia no período noturno. Aquele lugar era muito assustador e ainda deve ser.

Eu ficava longe do cemitério durante a noite. Era sempre a mesma rotina: Vigiar o cemitério, reunir minha ferramentas, sair para recolher o lixo e arrumar as lápides até que começasse a escurecer, depois ia para casa, fazer o que eu quisesse. Nada de especial. Essa rotina durou um ano e meio, desde o dia que comecei o trabalho. Nunca presenciei nada de assustador, como você veria em filmes de terror. Nunca houve gatos pretos, maldições e certamente nenhum zumbi rastejando para fora da terra para comer meu cérebro. No entanto, houve um dia que mudaria minha vida para sempre. O dia que eu o vi, ou melhor, o dia que ele me viu.

Começou como qualquer dia normal. Fui até o cemitério, peguei minhas ferramentas e sai para recolher o lixo. Mas algo parecia diferente naquele dia. É difícil explicar, mas eu me sentia como se estivesse sendo vigiado. Eu olhava ao redor nervosamente, apenas para descobrir que não havia nada ao redor. Os únicos sons que eu ouvia eram pássaros cantando nas árvores e o som dos carros que ocasionalmente passavam. Então eu passei o dia inteiro no limite, algo no fundo de minha mente me dizia que havia mais alguém comigo naquele cemitério. No final de meu turno, quando eu voltei para guardar minhas ferramentas, notei que os pássaros foram embora e não havia nenhum som de carro na estrada. Tudo estava estranhamente silencioso.

Só então eu vi, o que parecia ser um homem de pé há algumas centenas de metros de mim. Pelo que pude ver, ele era anormalmente alto e usava um paletó preto, com uma camisa branca e gravata preta. Estava começando a escurecer, não podia ver seu rosto muito bem, então não podia dizer se era alguém familiar. Gritei para ele, mas ele não se moveu. Apenas ficou lá como um estátua. Comecei a caminhar em direção a ele, acidentalmente deixei minhas ferramentas cair no chão. Eu me abaixei para pegá-los e quando olhei para onde o homem estava, ele tinha ido embora.


Não havia nenhum sinal dele em qualquer lugar. Cocei a cabeça, pensando que eu estava vendo coisas, talvez devido ao excesso de trabalho. Eu guardei minhas ferramentas e fui para casa, mas eu andei um pouco mais rápido que o habitual. Eu ainda estava um pouco nervoso e perguntas encheram minha cabeça. Quem era aquele homem? Porque ele estava lá parado? Como ele desapareceu tão rapidamente? Ele era real, ou apenas uma invenção da minha imaginação? Naquela noite eu mal dormi. Esses pensamentos me causaram insônia.

No dia seguinte, no cemitério, fiquei muito mais tenso. Se uma olhava de árvore caísse na minha cabeça eu gritaria de terror. O meu patrão Jeff saiu para falar comigo. Jeff era um bom rapaz, ele e meu pai se conheciam e foi ele que me deu o emprego de zelador. Ele e eu também somos bons amigos e ele sabia que eu não estava bem naquele dia.

- Steven, qual o problema? – ele me perguntou. – Você parece muito estranho hoje. Há algo errado? – Eu não queria parecer uma pessoa louca, mas eu sabia que nunca poderia mentir para Jeff. Então eu lhe disse a verdade.

- Eu vi uma coisa ontem, Jeff. Havia um homem de terno que estava de pé no cemitério. Ele não me fez nada, mas ele simplesmente desapareceu do nada. Isso tipo me assustou. – Jeff olhou para mim como se fosse louco.

- Espere, como você disse que esse homem era? – Fiquei surpreso que ele realmente acreditava um pouco na minha história.

- Ele era muito, com um belo terno. Estava meio escuro, então não consegui ver seu rosto.

Jeff coçou a cabeça e suspirou:

- Eu não acredito nisso – Revirei meus olhos, pensando que ele estava falando sobre minha história. Mas então ele continuou – Eu não acho que essas lendas sejam verdadeiras. Mas pelo que você me explicou Steven, significa que talvez o Slenderman exista.

Agora eu estava ainda mais confuso.

- Slenderman? O que é um Slenderman?

- Não é pra mim que você deve fazer as perguntas Steve. Eu sei muito pouco sobre ele. Mas eu tenho um amigo, James. Ele sabe tudo que você precisa saber sobre o homem esguio.

Ele pegou um pedaço de papel, um lápis, rabiscou algo, me entregou e disse.

- Este é o endereço do James. Vou ligar para ele e dizer-lhe o que você viu e que você esta indo para aprender mais sobre o Slenderman. Qualquer duvida que possa ter, ele vai respondê-las.
Eu estava pensando que Jeff poderia estar mais louco do que eu, mas eu queria saber o que este Slenderman era.

Naquela noite, eu fiz como Jeff sugeriu e fiz uma visita ao seu amigo James. Quando entrei em sua casa, vi que ele já estava sentado em uma mesa, com fotos espalhadas por todos os lados. Quando entrei pela porta, James me cumprimentou com um sorriso.

- Hey Steve! Jeff me disse que estava chegando. Por favor, sente-se – Puxei  uma cadeira para a mesa e comecei a observar algumas fotos que ele tinha colocado para fora. – Jeff me disse que você acha que viu o Slenderman e que você quer mais informações sobre ele. Pois bem, você veio ao lugar certo. – eu balancei a cabeça e ele começou a me contar tudo que sabia.

- Uma coisa que você deve saber sobre o Slenderman: Ele não é humano -  James começou – Nós não sabemos o que ele é exatamente, mas sabemos com certeza que ele não é humano. Pessoas que o viram descreveram apenas o que você viu, mas ele às vezes é visto com tentáculos negros que surgiram de suas costas. Ele é uma criatura temível, e o mais provável é que ele mata por diversão. Agora deixe-me lhe contar um pouco mais afundo da história do Slenderman. Um dos primeiros exemplos registrados sobre ele, foi por volta de 1500, na Alemanha. Um artista xilográfico chamado Hans Frekeberg criou uma peça que mostrava a criatura sem face. A obra foi descoberta no castelo de Halstbugh em 1833. Esta é a imagem do quadro – Ele deslizou uma das imagens para mim, que mostrava um cavaleiro duelando com uma criatura estranha, humanóide com múltiplos braços e pernas.

James continuou:

- Hoje em dia, Hans Frekengerg é conhecido por sua representação realista da anatomia humana, mas como você pode ver nesse trabalho, o personagem do lado direito tem vário braços e um rosto em forma estranha. Este trabalho é muito diferente de todas suas obras.

Eu fiquei intrigado com a quantidade de de conhecimento que James tinha. Mas ele ainda não tinha terminado. Ele deslizou outra foto para mim. Esta mostrava crianças brincando em um playground, nada fora do comum. Exceto pelo fato de que um homem que se parecia exatamente com o que vi no cemitério estava ao fundo. Olhar para esta foto fez um calafrio subir por minha espinha.


- Agora, esta é provavelmente a primeira fotografia registrada do Slenderman. Você pode vê-lo em segundo plano. De acordo com o registro, cada criança da fotografia desapareceu poucos dias depois dela ter sido tirada. – Fiquei espantado. Eu não podia acreditar no que eu estava vendo. James em seguida, me mostrou mais algumas fotos, cada vez mais modernas. Cada um parecia uma natureza normal, mas ao fundo de cada uma, o mesmo homem alto podia ser visto, aparecendo nas sombras.

- Acho que isso é tudo que você precisa saber – James concluiu – Alguma pergunta? – Eu balancei a cabeça, ainda tentando envolver minha cabeça em torno do por quê ele apareceu para mim.

- Slenderman é uma força misteriosa, Steven – James me contou – Ninguém sabe exatamente porque ele faz as coisas que faz. Talvez faça por diversão, talvez existe uma força ainda maior que usa ele como peão para algum plano, nunca saberemos.

Ouvindo tudo isso, eu sabia que eu tinha que fazer alguma coisa. Eu decidi que no dia seguinte eu iria encontrar o Slenderman e ver por mim mesmo o que ele era. Eu imaginei que ele provavelmente ainda estava nas proximidades do cemitério, então que espero encontrá-lo e capturá-lo.

- Eu não tentaria isso se eu fosse você – Advertiu James – Slenderman tem poderes que você não iria acreditar. O melhor que você pode fazer é deixar a natureza seguir seu próprio curso, faça o que quiser, mas não tente se aproximar dele. – Eu garanti a James que eu não faria tal coisa e agradeci por todas as informações e sai. No entanto, eu estava decidido que iria acabar com o reinado de terror do Slenderman de uma vez por todas.

Eu trabalhei  no dia seguinte como se fosse qualquer outro, mas mantive minha guarda o tempo todo, olhando para todos os lados para encontrar algum sinal do Slenderman. Não achei nenhum sinal o dia inteiro. Mais uma vez meu turno acabou e eu fui guardar minha ferramentas, com exceção de uma lanterna e me dirigi até onde eu tinha visto ele há um par de dias atrás. Como naquele dia fatídico, tudo estava estranhamente silencioso; nenhum pássaro ou carros fazendo som. Eu podia sentir que ele estava por perto. Eu me aproximei da área onde vi pela primeira vez e me sentei em uma das lápides, esperando-o. Eu sabia que eventualmente ele viria. Após cerca de vinte minutos eu comecei a perder as esperanças, até que eu ouvi um barulho vindo das matas que cercava o cemitério. Estava começando a ficar mais escuro e eu fiquei um pouco nervoso. Eu nunca tinha ficado nesta área essa hora da noite. Era quase escuro como o breu agora, eu só tinha a lua cheia e  minha lanterna para iluminar. Juntei um pouco de confiança e entrei na mata com minha lanterna brilhando através da escuridão. Segui o som sussurrante pela floresta e começou a ficar mais e mais alto. O som crescia cada vez mais e meu coração começou a acelerar. O suor começava a escorrer em minha testa e minha mãos tremiam enquanto eu tentava segurar a lanterna constantemente.

- Apareça! – Eu gritei o mais alto que pude. De repente, saindo dos matos eu vi, um esquilo. Deixei escapar um profundo suspiro de alívio quando o esquilo apenas olhou para mim por alguns segundos. Em seguida ele saiu correndo para longe de mim. Eu não pensei em nada, era um esquilo afinal. Eles geralmente te medo da própria sombra. Eu me virei e parecia que eu andei em uma parede de tijolos. 

Eu caí duro no chão e a lanterna escorregou de minha mão. Eu não podia ver muito, mas eu podia ver a silhueta da figura, iluminado pela lua cheia. Tropecei como um louco pegando minha lanterna. Eu iluminei a figura, comecei por suas pernas e levantei a lanterna para cima do seu corpo. Quando eu iluminei o seu torso, vi que ele estava vestido um terno e gravata. Eu juro que senti meu coração parar por um segundo. Eu brilhei a luz para cima de seu rosto e engasguei com o terror que eu vi. 

Essa criatura não tinha rosto. Parecia uma tela vazia. Sem cabelo, sem rosto, sem nada. Apenas uma cabeça branca pálida, olhando para mim, como se soubesse que eu estava lá. Ele devia ter uns tres ou quatro metros de altura. Eu senti duas mão me agarrarem pelo pescoço. Comecei a entrar em pânico meu coração acelerou mais e mais rápido, minha respiração ficou mais pesada. A criatura me puxou para mais perto e me levantou ao si nível. Olhei para onde deveria ter um rosto, ele inclinou a cabeça como se estivesse me observando. Eu mal podia respirar quando ele apertou mais forte meu pescoço. Lutei furiosamente e de repente vário tentáculos negros surgiram de trás da criatura. Eu sabia que este era o meu fim. Eu estava prestes a me tornar mais uma vítima do Slenderman. Ele levantou um dos tentáculos e me preparei para o fim. No entanto, eu ouvi um leve latido de cães e alguns homens chamando por meu nome. Ele levantou um tentáculo e o envolveu em volta do meu antebraço. A dor atravessou todo meu braço e eu estremeci de dor. Se essa coisa não tivesse cortado meu suprimento de ar, eu teria gritado em um assassinato sangrento. A dor era diferente de tudo que eu já tinha experimentado antes. A criatura me jogou no chão e ficou em cima de mim por alguns segundos. Eu olhei para ele e juro que ele acenou pra mim antes de desaparecer na escuridão. Eu recuperei o fôlego enquanto os homens me encontraram. Jeff estava com eles.

- Steven, que porra aconteceu aqui? Ouvimos você gritar, por isso viemos para descobrir o que estava acontecendo.

Com a pouca energia que eu tinha, deixei escapar um sussurro, quase inaudível.

- Foi.. o... Slender... Man – Então tudo ficou escuro.
Quando eu acordei, eu me encontrei em uma cama de hospital, meu pescoço e antebraço ainda estava muito dolorido. Uma vez que eu tinha recuperado a consciência completa, olhei para meu braço e vi que havia uma manha negra onde o Slenderman tinha envolvido seu tentáculo em torno de mim. Olhei para ele por alguns minutos, tentando contemplar por que ele tinha poupado minha vida e me deixou com apenas uma marca negra. Antes que eu tivesse a chance de pensar mais, Jeff e James entraram no meu quarto, Jeff estava com meu notebook.

- Como está se sentindo Steve? – Jeff me perguntou.

- Ainda estou com um pouco de dor – Eu respondi – Os médicos dizem que eu poderei ir embora em breve, talvez amanhã.

- Eu avisei para não se aproximar dele – James sacudiu a cabeça. Imaginei que ele estaria chateado comigo.

- Eu si, eu realmente desejaria ter te escutado – Me desculpei, ele colocou a mão no meu ombro, me confortando.

- Está tudo bem. Eu sei como você se sente. Você queria ter uma visão de perto do Slenderman. Quem não gostaria? Estou surpreso que ele te deixou viver – Eu estava tão surpreso. Se não fosse os homens chamando meu nome, eu provavelmente não teria tanta sorte. Logo depois Jeff me entregou o notebook.

- Por que você me trouxe isso? – Eu perguntei a ele.

- Porque você precisa contar sua experiência – Ele respondeu – A história sobre como você conheceu e sobreviveu ao Slenderman. Tenho certeza de que muita gente quer ouvir sobre isso.

- Mas quem pode dizer que alguém vai acreditar? – Perguntei ironicamente.
James sorriu e colocou a mão no meu ombro.

- Steve, para cada cético há um crente. Tenho certeza de que alguém lá fora vai acreditar. Talvez haja alguém que teve uma experiência como a sua. Agora descanse um pouco antes de começar a escrever.
Os dois começaram a se afastar até que eu chamei ele.

- Hey, por que você acha que ele me deixou isso? – mostrei a marca preta no meu braço e James coçou o queixo.

- Não faço ideia. Eu nunca ouvi falar de nenhum caso relatado sobre isso. Talvez desde que você tenha tido a sorte suficiente de sobreviver ele deixou algo para você nunca esquecer dele. – Ele sorriu e os dois caminharam para fora do meu quarto. Eu ri para mim mesmo no pensamento, mas então percebi que isso não podia ser tão louco afinal. Abri o notebook e comecei a escrever esta história; minha história. A história de minha experiência com o Slenderman. Se eu aprendi uma coisa com essa provação, é que nós nunca poderemos saber quem ou o que é o Slenderman. Mas eu deixo meu aviso pra você, caro leitor. Cuidado com o Slenderman, ele pode estar nos observando nesse exato momento.

Ezequiel


Eu tinha doze anos quando Ezequiel entrou em contato comigo pela primeira vez. Eu tinha que comprar um celular novo, uma vez que meu cachorro tinha devorado o antigo. Eu era uma daquelas crianças gananciosas que exigia sempre tecnologias mais modernas. Naquela época eu perguntei se poderia ganhar um BlackBerry, eu recebi um “não” e fiquei de “birra” por um tempo. Nós éramos relativamente pobre, e eu incrivelmente exigente. Meu avô se ofereceu a comprar o modelo exato do meu celular antigo que eu já tinha visto vendendo no eBay, uma vez que o modelo deixou de ser vendido nas lojas. Eu aceitei a alternativa, já que eu realmente gostava do meu celular, antes dele entrar no sistema digestivo do meu cão.

Cerca de uma semana depois, eu estava sentado no sofá, com meu cachorro deitado no meu colo e meu notebook ao lado. Eu odiava as pessoas, sempre fui assim e provavelmente sempre serei, por isso eu estudava em casa online. Eu sei que estou muito a frente do tempo, mas eu consegui burlar o sistema de ensino a distância de uma faculdade e eu ficava muito tempo assistindo aulas da faculdade e eu ainda só estava no ensino fundamental. Minha mãe vivia para seu trabalho, então eu ficava a maior parte do tempo sozinho em casa, todos os dias, até altas horas da noite, quando ela voltava para casa. Eu não me importava, mas admito que era um pouco insuportável, especialmente que agora eu não tinha um celular. Eu ouvi uma batida na porta, tirei o cão de cima de mim e andei até a porta e abri, para encontrar meu avô, sorrindo para mim e segurando um pequeno pacote.

Aparentemente, alguém no eBay vendeu um celular no modelo e cor exata do meu antigo. Fiquei bastante empolgado, embora chateado quando percebi que tínhamos que esperar até que minha mãe chegasse em casa, para que possamos ativar a linha do celular. Uma vez que isso foi feito, eu imediatamente começei a brincar com ele, me certificando de recuperar todos os meus contatos do celular antigo ao novo. Alguns deles ainda estavam faltando, o que tende a acontecer quando se muda as informações para um novo telefone. Notei que de alguma forma, tinha coisa errada.

Haviam algumas fotos no celular, mas nenhuma que eu me lembra-se de ter tirada. Havia uma grande árvore Salgueiro-chorão, apesar de estar desfocado devido o nevoeiro, também havia um velho caminhão enferrujado e uma vaca atrás de uma cerca. Eu lembrei da camionete que era do meu avô, e me lembrei que havia um Salgueiro-chorão onde ele e minha avó viveram. Meu avô deve ter mexido no celular mais cedo, o que fazia sentido, já que ele tinha um espírito jovem e brincalhão. Na época, eu nem sequer reparei que não podia ser o caso, já que o pacote estava selado quando ele me trouxe.

Mexendo nos meus contatos, descobri que ninguém de importante estava faltando, apenas alguns velhos amigos que não falavam comigo há muito tempo, mas tinha um contato que se destacou. Ele não tinha nome, apenas um número sem rótulo, e o número não tinha o mesmo código de área da cidade, por isso não poderia ser alguém local. Eu segui a lista até o final e não pensei em nada.

No mesmo dia, por volta das 20:00hrs, recebi uma chamada. Eu não me lembro muito bem, porque já faz um bom tempo. Mas eu estava deitado na cama, com meu cão deitado ao meu lado quando ouvi o celular tocar. Eu distraidamente atendi sem verificar o número.

- Alô?

Não houve resposta por alguns segundos, eu estava prestes a desligar quando falou.

- Alô? – Sua voz era rouca, parecia um menino. Imaginei que poderia ser algum velho amigo meu, então não desliguei.

- Quem é?

Mais uma vez, nenhuma resposta por um tempo.

- ... Que é? – Ele me repetiu mais uma vez, e eu fiquei um pouco irritado com isso.

- Eu sou o Ariel, agora quem é você? – Eu respondi, e não querendo esperar muito ja fui um pouco arrogante. – Ande, responde logo!

- ... Oh, Ezequiel... meu nome é Ezequiel.

- Que nome estúpido. Eu não conheço nenhum Ezequiel. – Eu então voltei minha atenção ao meu Game boy. Eu ainda estava irritado, mas não a ponto de desligar na cara dele.

- ... Eu conheço você, Ariel.

- Bem, existem vários Ariel. Você deve ter ligado para pessoa errada. – Eu revirei meus olhos, começando meu jogo do pokémon, embora mantendo o som mudo para que eu pudesse ouvir o rapaz do outro lado da ligação.

- Você esta jogando Pokémon... e tem um cachorrinho chamado... Sammy. Ele é um filhote de cachorro bonito... ele não gosta de morder suas meias verdes?

Eu fiz uma pausa por um momento, franzindo as sobrancelhas. Sammy levantou a cabeça quando ouviu seu nome, batendo a cauda lentamente.

-Quem é? – Me levantei olhando para a minha janela. As cortinas estavam fechadas, minha porta estava fechada... Não havia nenhuma maneira que ele pudesse ver o que eu estava fazendo. Embora isso não explicaria como ele saberia sobre as meias.

- ... Eu sou Ezequiel. – Ouvi um tom irônico em sua voz.

- Sim, isso você já disse. Mas... como sabe todas essas coisas sobre mim? – Tentei manter a calma, mas tive uma sensação estranha na boca do estômago, o tipo de sentimento que você senti quando sabe que fez algo errado, no caso, eu senti que nunca deveria ter atendido o telefone.

- ... Eu sei muito sobre você... Eu sou seu anjo da guarda.

- Anjo da guarda? – Na época essa explicação fez sentido pra mim, já que não havia outra maneira que ele pudesse saber sobre mim. Eu nunca conheci nenhum Ezequiel. Mas eu não aceitaria sua resposta tão facilmente. Peguei o notebook, entrei em um site de busca que me cobrou 3 dólares para me mostrar as informações desse número de telefone.

- Sim... Anjo da guarda.

 - Anjos não usam telefones, sabia? – O código de área vinha de três estados de distância, o proprietário da linha era Charles Ethan McClain. Nascido no dia 02 de outubro de 1932. Morreu 27 de agosto de 2007. Sua ultima residência esta localizada na pequena cidade de Chaffe, Dakota do norte. A mesma cidade que meu avós moram; eu lembrei de seu nome; ele devia ser algum amigo próximo de meus avós. Eu fui ao site de jornal local e digitei seu nome para encontrar o obituário dele. A causa da morte era desconhecia, apenas marcas de garras suspeitas sobre seu peito. Lembrei de minha vó dizendo que haviam lobos nas redondezas. Ele morreu recentemente. O telefone dele não deve ter sido cancelado ainda.

- Eu o encontrei.

Eu fiquei sem palavras e apertei o botão vermelho e desliguei o telefone. Não dormi a noite toda; Eu estava muito confuso e com medo. Eu me lembro  que demorou pelo menos uma semana para eu superar o meu medo, se passou um longo tempo até acontecer de novo.

Em torno dos meus quatorze anos, eu aprendi a amar tudo relacionado ao mundo do terror. Eu lia creepypastas quase religiosamente na época.


A segunda ligação de Ezequiel foi durante o inverno do mesmo ano. Eu ainda ficava em casa sozinho 90% do tempo. Eu tinha levado Sammy para xixi na rua, e parei à porta do patio para nosso cercado no quintal, gritando para ele voltar para dentro. Ele me ignorou e continuou a farejar o quintal. Foi quando o telefone no meu bolso, o mesmo de dois anos atrás, começou a tocar. Mais uma vez sem verificar o número, eu atendi.

-Alô?

Depois de cinco segundos sem resposta, fiquei um pouco incerto, quase paranoico. Todas essas histórias assustadoras que ei lia, tendia a me deixar no meu limite, mesmo que eu não admitisse isso.

-... Olá,  Ariel – Ele parecia feliz como de costume.

-... Ezequiel? – Eu tinha reprimido o que aconteceu há dois anos, até aquele momento, não era algo que eu estava preparado.

-... Sim. Sou eu. Como você está? Como esta Sammy? – Foi como se ele me obrigasse a lembrar de tudo da nossa última conversa. Era impossível. A companhia telefônica teria notado que as contas não estavam sendo pagas. Porém, eu vi ele como algo... legal. Eu tinha minha própria criatura, assim como as histórias que eu lia. Eu decidi conversar um pouco mais com meu anjo, ou stalker.

- Uh, Eu estou bem e Sammy também, embora ele não quer entrar – eu puxei o telefone um pouco longe da minha boca para gritar com Sammy. – Vamos! Entre logo!

-... Oh.

Eu ainda estava desconfiado com Ezequiel, especialmente por causa de sua voz estranha, mas eu afastei o meu medo e tentei manter uma conversa. Talvez eu poderia aprender algo sobre isso.

-Yeah. Às vezes ele é uma verdadeira praga – Falei tão casualmente que consegui.

-... isso é uma vergonha.

-Ás vezes eu gostaria que ele mo... – Eu estava prestes a dizer o que ele acabou de ouvir, quando eu parei, observando Sammy caído na neve. Ótimo, agora eu tinha que ir atrás dele. Eu relutantemente calcei os sapatos e sai para o quintal.

-Tudo bem.

Ele falou humildemente, como uma criança que tinha feito algo errado, eu não entendi no momento.

- Eu tenho que desligar – Então desliguei a chamada e coloquei meu telefone de volta no bolso, correndo até onde Sammy estava deitado. – Droga Sammy! O que você esta fazendo? Está muito frio aqui fora! Sua pele estava polvilhando com a neve, sua língua estava pendurada para fora e estava cinza ao invés de rosa. Seus olhos estavam abertos, mas olhando para longe de mim. Sua cauda nem sequer se moveu quando me aproximei dele. Cheguei minha mão para acaricia-lo. Mas seu corpo estava frio, eu pensei que era devido a temperatura da noite e por estar muito tempo aqui fora, então tentei pega-lo. Seu corpo caiu quando fiz... sem vida... ele não estava respirando. Eu soltei ele e dei alguns passos para trás, em estado de choque antes de correr para casa. Liguei para minha mãe, pedindo-lhe para voltar para casa do trabalho. Sammy estava morto.

Ele me ligou de novo naquela noite, quando minha mãe já tinha me acalmado e eu estav na cama. Eu relutei em atender, mas após chamar quatros vezes eu virei o telefone no viva voz, sem dizer uma palavra.

- ... Achei que ficaria orgulhoso de mim... Eu sinto muito.

Eu suspirei e desliguei o telefone, deixando-o no chão ao lado da minha cama. Eu não achei tão legal quanto as histórias agora. Eu só queria esquecê-lo e queria que ele nunca me ligasse novamente.
Eu ainda tinha quatorze anos, mas a terceira ligação foi na primavera. Eu tinha entrado em uma discussão com minha mãe por eu ter tirados notas ruins na escola. Eu estava clinicamente deprimido, tomando três tipos de medicamentos, embora às vezes eles simplesmente... não funcionavam. Faltei muito na escola. Ele me ligou um dia desses, chamando ela de vadia para mim, eu suspirei e coloquei no alto-falante – O quê? – Eu gritei.

- Eu sinto muito. Você está bem?

Eu estava querendo dormir, eu realmente queria desligar. Pela primeira vez eu percebi que sua voz nunca mudo, sempre foi tão infantil, soando quase inocente.

- Não! E minha mãe não é uma vadia! – Me queixei distraidamente.

- ... Eu sinto muito. Você precisa de ajuda?

- Sim, às vezes eu acho que preciso de ajuda! – Revirei meus olhos e desliguei a chamada.

Algumas horas depois, meus avós estavam em minha casa, com todos meus pertences empacotados, sem dizer uma palavra sobre o que estava acontecendo. Eles demoraram um tempo para me explicar. Minha mãe tinha sofrido um acidente a caminho do trabalho para casa. Eu fui o último a saber sobre sua morte. E de alguma forma, eu fiquei feliz.

Quinze anos de idade. Eu tinha largado meus estudos temporariamente e agora vivia junto com meus avós, isso ajudou um pouco com meu estado mental. Eu adorava o ar fresco de Dakota do Norte, adorava estar longe das pessoas e sem mencionar que adorava as refeições caseiras da minha avó... eles me ajudaram muito. Eles sempre me mimaram porque eu era seus único neto e eu era grato por isso.

Eram 18:00hrs. Eu estava vestindo minha jaqueta leve e colocando minhas botas perto da porta.

- Estou indo fazer uma caminhada. Volto logo.
Eu gritei para minha avó, caminhando para fora e descendo as escadas para varanda, eu ouvi fracamente ela me gritando de volta. – Cuidado com os lobos! – O que ela me dizia todas as vezes. Embora eu já morava ali por um bom tempo, eu nunca tinha visto um lobo e estou certo que sempre que ouvia uivos era os cães do vizinho.

Por aqui sempre cheirava grama recém cortada, com um cheiro persistente de esterco de vaca, embora fosse suportável quando se acostuma. Decidi caminhar até a arvore do salgueiro e voltar, que era apenas um milha de distancia. Você podia ver todas as estrelas daqui, o céu daqui me surpreende até hoje.

Depois que cheguei na árvore, eu me inclinei contra ela, apenas ouvindo sons de grilos cantando e mariposas batendo as asas. Eu fechei meus olhos por um minuto e suspirei. Estava tão sereno aqui, eu adorei essa sensação. Eu não sei quanto tempo eu fiquei la, mas eu voltei subitamente ao meu consciente quando ouvi um rosnado. Não era um lobo... era de fato um dos cães vizinhos. Ele estava parado a poucos metros na minha frente, rosnando ferozmente para mim.

Os cães de fazenda não são sociáveis com seres humanos, eles sabem que estão lá para proteger sua propriedade. Deu uma olhada no cachorro e congelei em pânico, até que ele correu até mim. Em vez de correr como eu deveria ter feito, eu puxei os ramos da árvore tentando subir no tronco, mas sem sucesso. O cachorro pulou e agarrou minha calça, me puxando para baixo e agarrando minha perna. Eu gritei por socorro, batendo minha perna freneticamente, tentando acertar o cachorro para que eu pudesse fugir... mas isso fez que le me mordesse com mais força, rosnou mais alto rasgando minha carne.

Meus olhos estavam fechados de dor enquanto eu gritava mais alto, sentindo minha voz começar a desvanecer-se... Até que eu ouvi um grito agudo e o cão não estava mais em mim.

Eu rapidamente corri para me levantar, embora a dor na minha perna era demais para colocar pressão sobre ela. Olhei o cão deitado no chão, com ferimentos de garras sobre seu abdômen, deixando uma grande poça de sangue por baixo.

- Eu sinto muito. Você está bem?

A voz estava perto agora, embora eu nem sequer trouxe meu telefone comigo. Olhai por cima do cão e de pé do outro lado da árvore tinha uma figura diferente de tudo que eu já tinha imaginado, com a voz do menino, que me assombrava meus pesadelos por anos. Ele tinha pelo menos sete metros de altura, quase tão alto quanto a árvore, seu rosto de um preto escuro, podre e coberto a sujeira. Seus braços e pernas eram incrivelmente longos, suas mãos tinham garras de marfim longos, como unhas humanas crescidas e pingando sangue. Seu rosto contrastava seu corpo, que era branco pálido e tinha dois grandes olhos redondos, sem pálpebras, brilhando como faróis o que tornou difícil olhar diretamente para ele. Sua boca estava permanentemente se curvando em um sorriso.

Suas asas eram de um inseto, eu nem tinha notado até que ele pulou, sobrando seus longos membros e voou para cima, acima da árvore. Ele foi em cima dela, agachando, inclinando a cabeça para mim. Seus membros de desvaneceu muito bem na folhagem da árvore e simplesmente escondeu o rosto nos ramos.

-... Você precisa de ajuda?

Olhei para ele boquiaberto, para o que pareceu uma eternidade. Eu queria gritar, mas não conseguia. Minha perna tremeu e eventualmente caí de volta no cão; estremecendo com a dor na minha perna. Ele lentamente se arrastou para baixo da árvore e para o chão, chegando a tocar minha perna com a palma de sua mão podre. Não doeu quando ele tocou. De repente... Eu não tinha mais machucado.

- Eu só quero ajudá-lo. Eu sou seu anjo da guarda.

Eu sorri para ele, como se a minha boca forçasse um sorriso. Eu não queria sorrir, eu queria correr, foi ai que eu percebi o que estava do outro lado da árvore. O Sr. McClain estava lá com exatamente o mesmo sorriso que Ezequiel tinha. Seus olhos completamente brancos e brilhantes também e ele ainda tinha sangue em sua camisa, em forma de uma marca de garra grande. Olhei para o lado e vi Sammy correndo até mim, bem como abanando o rabo, lambendo minha mão com sua língua cinza e fria. Sua pele estava coberta de neve e suas orelhas estavam pretas e congeladas, seus olhos tinha a mesma luz que eles. Minha mãe saiu de trás da árvore e se aproximou de mim lentamente, com pedaços de metal afiado saindo de seu abdômem, sangue escorrendo de seu corpo. Ela sorriu para mim e acenou com a cabeça. Eu sorri de volta para ela, com lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

- Eu sei querido, Você esta em casa agora – Ela me abraçou e eu acreditei nela, Eu estava em casa.


Ezequiel olhou de volta para mim, então me pegou, voando até o topo da árvore e sentou-se ali, comigo no colo. Todo mundo desapareceu em torno de nós.

- Porque eles foram embora? – Eu consegui perguntar, incapaz de mover minha boca se tirar o sorriso, mas de alguma forma eu era capaz de falar com Ezequiel.

-Nós não precisamos deles – Ele respondeu.

Ficamos lá a noite toda, rindo de nada em particular, observando as estrelas juntos. Quando minha avó veio, gritando meu nome na outra manhã, eu olhei e tentei me levantar, mas Ezequiel segurou-me no chão.

-... Nós não precisamos deles – Ele falou com um tom mais escuro neste momento, segurando sua mão no meu pescoço - ... Fique aqui. Por favor. Nós não precisamos deles – Lutei um pouco mais, tentando gritar para minha avó, mas desta vez eu não poderia fazer som. – Você vai ficar comido. Eu sei o que é melhor para você. Eu sou seu anjo da guarda. – Ele segurou meu pescoço um pouco apertado, de repente... só... me convenci de que estava certo.

- Claro, você esta certo, Ezequiel. – Eu olhei para ele e ele apenas sorriu de volta para mim.

- Está tudo bem. Vamos lá, vamos brincar com Sammy! – Ele me colocou em suas costas e pulou como um gafanhoto, me levando para longe, em outro lugar. Eu dei uma ultima olhada para minha avó, que parecia estar ajoelhada junto à árvore, chorando por algum motivo, havia um garoto deitado ao lado dela. Eu disse adeus a ela.

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O xerife e alguns outros oficiais estavam ao redor da grande árvore de salgueiro, um tentando acalmar a a senhora que não parava de chorar, enquanto os outros estavam dentro da fita amarela e preta de proteção;

-Os grandes arranhões no peito, muito parecido com o caso McClain, certo? E no mesmo local, Eim? – Perguntou o xerife.

- Com certeza. Temos que alertar a população sobre os lobos da região - O xerife balançou a cabeça e se aproximou para inspecionar o cão morto ao lado do corpo do rapaz. Todo mundo pareceu concordar com sua declaração, exceto por um policial.

- Mas... as garras são grandes para serem de lobos, senhor. Tem que ser outra coisa! - Ele insistiu.

- Não me diga que você é uma daquelas pessoas que realmente acredita na lenda do Salgueiro do homem morto, Diretor de Dickinson. É só lobos. - O xerife gritou de volta para ele.

- Ei, eu nunca disse que eu acreditava nessas histórias. Eu só não acho que podemos culpar os lobos por tudo - Dickinson replicou. – Esperem um minuto, meu telefone esta tocando.
Por favor, eu não sei o que fazer. Tentei contar à minha esposa sobre isso, mas ela é professora de ciências e graças ao meu passado de brincadeiras, ela acha que eu estou brincando agora.
Há algo me perseguindo. Eu não sei o que ela quer, mas quase todas as noites desde que comecei a vê-la, ela me aterroriza. Não me toca, não se comunicar de nenhuma forma, ela só me enche de horror. Se eu parecer divagar, por favor, perdoe-me... Eu não durmo há vários dias.
Vivemos no segundo andar de um duplex com escadas para baixo a parte de trás da casa para o porão onde as máquinas de lavar roupa estão. Há uma porta no fundo das escadas antes da porta do porão que dá para a nossa varanda dos fundos e para o quintal. Seis dias atrás, eu estava indo para o porão para trazer alguma roupa e eu olhei para fora da porta quando eu passei. Havia uma figura de pé na borda mais distante do nosso quintal. Ela estava de costas para mim e ela só estava ali de pé, olhando para a floresta além do nosso quintal. Ela estava vestida com nada além de um vestido de luz. Tinha muito material que fluía lentamente com o ar do vento. A cena toda me assustou instantaneamente, mas eu pensei que ela poderia ser uma amiga do nosso vizinho de baixo, então eu caminhei para o porão. Quando voltei, ela não estava lá.
Na noite seguinte, eu fui para baixo de novo e quando passei pela porta de trás olhei para fora. A mulher estava de volta. Ela estava exatamente como na noite anterior, de costas e imóvel. Os pelos dos meus braços e pescoço se endireitou quando a vi. Fiquei ainda mais assustado quando percebi que ela estava com as mesmas roupas da na noite anterior. Foi quando eu fiz algo que não deveria ter feito... Eu abri a porta dos fundos. Inclinando-me para fora, eu chamei ela para ver se ela estava bem. Ela não respondeu. Ela não fez qualquer tipo de indicação de que ela me ouviu. Lá estava frio, então eu fechei a porta e tranquei-a. Voltando lá pra cima, depois olhei pela janela e ela tinha ido embora novamente.
Mais tarde, naquela mesma noite, eu estava no quarto, me preparando para ir dormir. Tudo estava escuro porque a minha esposa tinha ido para a cama antes de mim. Nosso quarto tem vista para o quintal e meu lado da cama enfrenta as janelas, então eu tenho que ir até o outro lado do quarto para subir na cama sem acordar minha esposa, de repente eu tive a mesma sensação terrível no fundo do meu estômago que eu tinha começado a primeira vez que eu vi a figura no quintal. Algo me obrigou a hesitar pelas janelas. Minhas mãos tremiam enquanto eu puxei a cortina um pouco e espiou através das sombras para o quintal. Era uma noite clara, de modo que o quintal não estava envolto em trevas. A mulher estava em pé no meio do quintal, não estava mais na borda da mata, estava de frente para a casa com a cabeça inclinada para cima olhando diretamente para a janela que eu estava espiando. Eu me afastei de imediato, com medo que ela tinha me visto. Seu rosto estava coberto com a sombra dos seus cabelos, mas consegui ver seu queixo e nariz. Um nariz pontudo e um queixo fino. Cinza. Sua pele parecia acinzentada eu acho. Seu cabelo é preto e longo. Eu estava tão assustado, pulei na cama e me cobri com as cobertas.
No dia seguinte, eu brinquei la fora na neve com a minha filha de quatro anos. Ela queria que eu puxasse seu trenó para o quintal, mas apenas o pensamento de voltar lá me deu medo de novo, então eu falei para ela cavar buracos na neve no quintal da frente. Naquela noite, as coisas foram de mal a pior. De alguma forma, eu tinha conseguido esquecer a mulher. Mas no meio da noite, minha filha começou a chorar. Nosso quarto fica do outro lado do corredor do dela. Eu pensei que ela poderia precisar usar o banheiro ou apenas ter tido um sonho ruim, então eu fui para o quarto dela para ver se ela estava bem. Ela estava descoberta, enrolado como uma bola em seu colchão. Puxei as cobertas sobre ela e foi quando ela sussurrou para mim.
- Papai, há alguém no meu armário.
Me arrepiei instantaneamente. Virei minha cabeça lentamente para a porta do armário no final de sua cama. Normalmente, o armário ficava fechado, mas agora estava aberto. A mulher estava em pé no armário da minha filha. Nem mesmo quando ficou claro que eu a vi ela não se moveu nem fez nenhum som, apenas ficou lá e me olhou através da porta aberta. Meu sangue gelou quando a vi.
- Levante-se! - eu disse à minha filha - Venha para meus braços rapidamente. Rapidamente - ela veio e me abraçou com força, eu andei para trás para fora do quarto, observando o armário o tempo todo. Em minha mente eu imaginei fechando a porta trancando ela la dentro. Mas eu só abracei minha filha e andei para trás no meu quarto. A mulher nunca apareceu na porta. Eu não ouvi nenhum movimento do quarto da minha filha. Coloquei-a na minha cama e fiquei observando a porta para seu quarto. Eu não voltei, eu só estava lá e observando e ouvindo. Quando eu finalmente tive coragem de voltar para cama, eu não dormi.
Domingo, eu disse a minha esposa tudo. Eu disse a ela sobre a primeira vez que vi essa mulher, eu disse a ela sobre quando à vi pela janela. Eu disse a ela que ela tinha aparecido no armário de nossa filha. Ela me disse que não era engraçado, que eu era o culpado pelos pesadelos de nossa filha e que eu não deveria incentivá-la a ter medo de seu armário.
Domingo à noite, minha filha me chamou de seu quarto novamente. Me chame de covarde, mas eu não podia voltar para aquele quarto. Chamei ela em silêncio para vir até nossa cama, mas ela chorou e disse que ela estava com medo. Eu queria ir buscá-la, mas eu estava com medo também. Eu disse a ela para puxar seus cobertores e se cobrir. "Apenas cobra-se querida e você vai ficar bem. Rezei para que fosse verdade. Fiquei ali, à espreita sobre a forma adormecida de minha esposa e para o corredor para a porta fechada do quarto de minha filha e só ficava rezando. Ouvi-a chorar um pouco mais, então ela ficou em silêncio e eu esperava que ela estava dormindo.
Segunda-feira, eu empilhei alguns brinquedos em frente à porta de seu armário. Nessa hora, não havia nenhuma dúvida em minha mente que isso era uma espécie de fantasma ou aparição, mas continuei empilhando de qualquer maneira, como se uma pilha de brinquedos poderia impedir um fantasma.
Segunda à noite, minha filha não chorou, mas eu não dormi. Fiquei ali, olhando para o teto, tenso. Por volta de 02:00, eu ouvi a porta do meu quarto se abrindo e rangido eu sabia que algo estava errado. Minha filha deve estar com medo e pensei, então eu chamei para ela como antes - Venha você pode dormir em nossa cama filhinha - Mas ela não veio. Olhei por cima de minha esposa.
A mulher estava ali, de pé na soleira da porta do quarto de minha filha. Seus braços pendurados ao seu lado, com os ombros para baixo largado. Seu vestido estava sujo, como se não tivesse sido lavado há anos e pendurado para fora de seus gostos trapos rasgados. Eu não estava respirando, eu não estava piscando, eu só olhei para ela e ela olhou para mim e eu pensei é isso, eu vou morrer. Ela não se moveu, não fez um som. Eu sussurrei: "Por favor, vá embora. Por favor, me deixe em paz. Por favor, me desculpe." Eu não conseguia desviar o olhar. Se eu olhasse para longe, ela vai chegar mais perto. Eu tinha certeza disso. Se eu fechasse meus olhos, quando eu abri-los, ela vai estar de pé em cima de mim, olhando para mim. Em algum momento, ela se foi. É como se eu dormisse com os meus olhos abertos. Eu não me lembro dela desaparecer, só que eu estava olhando para a porta e ela não estava mais lá.
Ontem à noite, eu fiquei acordado, esperando. Eu disse a minha esposa para fechar a porta do nosso quarto porque a luz da noite no corredor estava me mantendo acordado. Foi estúpido. Eu não sei o que eu estava pensando. O tempo passou, ouvi o rangido a porta do quarto de minha filha. Prendi a respiração. Então eu ouvi o assoalho ranger corredor e eu comecei a tremer incontrolavelmente. Eu ouvi a nossa porta do quarto sendo aberta e eu sabia que ela estava ali de pé, na porta, sem se mover, olhando para mim. Eu não olhei. Eu não podia. Eu fiz o que eu tinha dito a minha filha fazer e puxei as cobertas sobre minha cabeça.
Eu sou uma bagunça completa. Um zumbi no trabalho. Eu não quero mais voltar para casa. Acho que vi a mulher em outros lugares. Um olhar enquanto estava dirigindo e ela sentada no banco do passageiro do caminhão atrás de mim, ou em pé na rua enquanto eu caminhava. Apenas sentada do outro lado mesa na hora do jantar, alguém passa por trás de mim e eu ja pulo assustado. Tenho medo de me virar, ela estará lá, esperando para mim olhar para ela. E se eu visse o rosto dela? Eu não quero ver. Eu não quero mais vê-la, mas eu não sei o que fazer. A única esperança que eu tenho, é que por motivos alheios minha esposa pense em nos mudarmos. Mas o nosso contrato de locação é até maio. Eu não sei se posso aguentar por muito tempo.




O que eu estou prestes a compartilhar com vocês hoje é uma das muitas maneiras relativamente seguras que você pode acessar (e não ficar preso) um lugar que eu chamo de “Shadowside” (Lado das sombra); E sua eficácia depende de quão sério você vai levar; os resultados podem variar, consulte o título.
Não vou lhe dizer que você não deve ter medo do Shadowside; mas depois que você visitar você irá encarar a experiência como um "sonho recorrente". Vou dizer-lhe que não há necessidade de ser ignorante em relação ao medo, no entanto. Há uma diferença. Ignorância alimenta o medo e o medo é como combustível nesse lugar.
Você tem que estar realmente preparado se quiser tentar isso. É como saltar de paraquedas: você só tem uma chance e tenho certeza que não vai querer errar.
Se você usar drogas ou álcool na noite do evento, você terá resultados ruins. Se você está passando por sérios problemas em sua vida e não está se sentindo mentalmente ou espiritualmente estável, ou se você está fazendo isso apenas para escapar da realidade, você terá resultados ruins. E se você não seguir as minhas instruções (em particular os múltiplos pontos de atenção durante minha explicação, e confie em mim, eles estão lá por uma razão) você vai realmente vai ter um resultado ruim.
A propósito, o nome do jogo é: Os três reis.
Ingredientes:
Uma grande sala vazia e tranquila, de preferência sem janelas. Se tiver janelas, você precisa ser capaz de cobri-los e garantir a total escuridão. Os porões geralmente funcionam bem e eles são espaçosos.
Um pacote de velas (você só vai usar 1, se tudo correr bem) e um isqueiro.
Um balde de água e uma caneca.
Um ventilador.
Dois espelhos grandes (Não se preocupe, eles não serão danificados. Mas se forem, seria a menor de suas preocupações).
Três cadeiras.
Um despertador.
Um telefone celular (Não esqueça de deixa-lo com a bateria cheia)
Algum ajudante disposto a seguir as regras e ir junto com toda essa loucura.
Um pequeno brinquedo ou objeto querido de sua infância.
Preparação:
Comece a preparação por volta das 23 horas. Coloque uma cadeira no centro da sala, de frente para o norte ( isso é importante). Coloque as outras duas cadeiras exatamente a esquerda e para a direita de frente para o seu trono. A distância entre sua cadeira, da rainha e do bobo da corte, deve ter o comprimento do seu braço para cada lado.
Coloque um espelho em cada cadeira, de frente para você. Tente o seu melhor para deixá-los em um ângulo de 90 graus, de forma que quando sentado você possa ser capaz de ver seu próprio reflexo em cada um dos dois espelhos sem realmente ter que virar a cabeça nem os seus olhos.
Coloque o balde de água e a caneca na sua frente, apenas um pouco fora de alcance.
Coloque o ventilador atrás de você, ligue-o. Não o deixe em potência máxima, configure menor potencia possível.
Desligue as luzes, deixe a porta aberta e vá para o seu quarto.
Ajuste as velas ao lado da cama, ao lado de um isqueiro, seu despertador e seu celular (deixe a bateria carregando) .
Ajuste o alarme para 3:30Am.
Apague as luzes e durma junto com seu brinquedo de infância.
Hora do Show:
Você vai acordar as 3:30 com o despertador. Desligue-o, mas acenda as luzes. Você tem exatamente três minutos para acender a sua vela, pegar o celular e fazer o seu caminho para o quarto escuro e sentar-se em sua cadeira. Você deve estar sentado por 3h33. Ah, não esqueça seu objeto de infância! Verifique as seguintes bandeiras vermelhas: se o seu celular estiver sem sinal, abortar a missão. Se o alarme não tocou exatamente às 3:30 AM, abortar a missão. Se você encontrar a porta do quarto escuro fechado (lembre-se que você deixou em aberto) abortar a missão. Se o ventilador estiver desligado ( você deixou na potencia mínima ) abortar a missão.
(Nota: . . Se você tiver que abortar a missão devido a alguma das situações acima, saia de casa, não há necessidade de correr, você tem tempo de pegar um casaco e as chaves. Volte somente depois que ja tiver amanhecido. )
Mas e tudo estiver indo como planejado, você pode avançar e tomar o seu lugar na cadeira. NÃO olhe diretamente para qualquer um dos dois espelhos. Não deixe que a vela apague. O ventilador está atrás de você. Você deve proteger a vela com o seu corpo.
Olhe para a frente, para a escuridão. Não olhe para a vela, não olhe nos espelhos, apenas para a frente. Leitores mais atentos certamente notou que eu não disse que durante a configuração cadeira quem era rainha e que cadeira era o bobo da corte. Isso porque é o seu trabalho para descobrir. E a partir de seu ponto de vista ou você é a rainha ou o seu tolo. Por isso o nome de três reis.
Não vou estragar o que acontece em seguida. Basta dizer que, você não estará sozinho e se você tiver dúvidas, você terá respostas. Às vezes na forma de novas perguntas, mas hey, essa é a história da humanidade não é? Apenas fique parado e não tente se mover. Novamente, não olhar diretamente para os espelhos, nem para vela. Apenas em frente, confie em mim. Não amarele também; você precisa esperar por uma hora. Por 4:34 você estará de volta da Shadowside e como eu disse irá encarar como um sonho. Está tudo bem a tremer um pouco, mas evite. Não porque ela afeta o ritual ou nada - é só uma questão de educação aos que já vivem na shadowside.
Eu mencionei para não deixar a vela apagar? O ventilador esta la para isso. Então você deve estar protegendo com seu corpo, mas se o seu corpo repente se mover sozinho o ventilador iria apagar a vela. Esse é o 1º ponto de ate atenção. Seu(sua) ajudante é o 2º: as 4:34 ela tem que vir no quarto e chamar pelo seu nome. Se isso não te trazer de volta, ela tem que ligar para seu celular. Se isso não funcionar, ela tem o copo de água e do balde. Mas ela não pode te tocar, isto é um erro que os novatos cometem. O 3º ponto de atenção é o seu objeto, o brinquedo, ou medalhão ou qualquer objeto de força que você trouxe para o seu passeio ao Shadowside. Ele vai te mostrar o caminho de volta .
Certifique-se de seguir todas as regras. Você tem que ser como um escoteiro se quiser fazer essas coisas. Porque depois da terceira ou quarta visita ao lado das sombras, as pessoas começam a relaxar a auto confiança atrapalha. A pior coisa que você pode fazer é levar a sério o suficiente para que isso funcione ou não a sério o suficiente para estar preparado para as consequências.
Em caso de dúvida, consulte o título.

Era uma vez um homem que fabricava belas bonecas de todos os tamanhos e gostos. Ele ainda fazia bonecas de tamanhos e feições reais. E embora muitos clientes compravam estas bonecas caras e requintadas, o homem humilde guardava quase todo dinheiro para viver uma vida modesta com seu filho Vine.
O menino era fascinado pelo trabalho de seu pai. Partes e bonecas completas enchiam toda a casa. Cada um era único e tinha sua própria personalidade bonita. Vine assistia com fascinação como seu pai pintava os lábios delicados sobre os seus rostos pálidos das bonecas. Ele queria ser como seu pai um dia e criar estes belos trabalhos de arte.
Um dia, um homem de negócios rico pediu uma boneca em tamanho real, ele atendia pelo nome Gier. No entanto, o fabricante de bonecas se recusou quando Gier contou que iria usa-la para um propósito pervertido. Gier se enfureceu com o fabricante de bonecas, tão furioso contratou capangas para acabar com a vida do comerciante.
A casa do fabricante de boneca foi incendiado. Ele se sacrificou para salvar seu filho das chamas. Vine assistiu em terror como seu pai queimava vivo diante dele. Suas lágrimas evaporaram com o calor enquanto observava sua casa virada a escombros e cinzas.
Ele chorou sobre os restos mortais de seu pai, cercado por lembranças carbonizadas de sua casa, as belas bonecas, agora derretidas, distorcidas, atrocidades horríveis e desfiguradas do que ja foi um dia belas bonecas.
Vine procurava pelos destroços, tentando encontrar qualquer coisa que possa ter sobrevivido ao incêndio. No final, tudo o que ele conseguiu encontrar foi um olho de vidro rosa de uma boneca. Ele segurou em suas mãos e segurou-a perto de seu coração, seus cachos negros bagunçados caindo em seu rosto. O olho era tudo que lhe restava.
A criança tinha apenas nove anos de idade quando viu tudo o que ele já tinha conhecido ser destruído em um instante...
Infelizmente, mais horrores estavam por vir.
Gier pediu á seus capangas que voltassem a cena do crime para garantir que o fabricante da boneca estava realmente morto. Eles realmente encontraram o cadáver carbonizado do fabricante, no entanto eles também se depararam com o filho. Não sabendo o que fazer com a criança eles o sequestrou eo levou para Gier.
Gier não tinha planos do que fazer com a criança, mas decidiu ficar com ele, para os mesmos fins da boneca que ele nunca recebeu. Ele manteve Vine por três anos, tratando-o como uma boneca sexual, um objeto, brincando com ele. Vine era seu prisioneiro. O menino não aguentava mais e ele começou a ficar insano. Sua mente começou a se deteriorar.
Uma noite, enquanto o homem pairava sobre Vine com ele preso à cama, tentando brincar com ele, Vine decidiu que não queria mais brincar. Vine rapidamente pegou uma caneta fora do criado-mudo e começou a perfurá-lo. O sangue jorrou; espalhando por todas as paredes, piso e no rosto da criança. Vine tinha acabado de matar um homem pela primeira vez. Como o corpo estava lá, Vine roubou algum dinheiro e rapidamente fugiu.
Vine vivia nas ruas. Ele quis iniciar o negócio da família novamente, fazer bonecas. Ele invadiu um apartamento abandonado na parte ruim da cidade. Com o dinheiro que ele roubou ele conseguiu partes e pintou belas bonecas e as vendeu, conseguir mais dinheiro, comprou mais peças e fez mais belas bonecas. Bonecas com mais vida. Plástico, argila, porcelana e já não era o suficiente para satisfazer sua videira...


Reportagem local:
O corpo de uma adolescente desaparecida foi encontrada. A cena horrível foi descoberta no parque da cidade. Emily Rider foi brutalmente mutilada.
- Autopsia do corpo de Emily Rider:
Causa da morte, perda de sangue.
Encontrada no que parecia ser um vestido costurado a mão. Os cantos da boca de Emily havia sido costurado em um pequeno sorriso com os lábios pintados de um vermelho profundo. Olhos... arrancados e substituídos por outros de vidro, cílios postiços e maquiagem pintada. Suas unhas foram removidos e substituídas por unhas postiças. A expressão congelada permaneceu em seu rosto. Tinha a cabeça raspada e substituída com cabelos azuis costurados em seu couro cabeludo substituindo suas fechaduras uma vez loira. E talvez o mais perturbador, todas as juntas de seu corpo foram removidas como soquetes ou quebrados.
Realmente o trabalho de um assassino psicopata.


Exame:
Parece Emily Rider estava muito viva quando o assassino começou a mutila-la. Ela estava viva quando ele costurou cada mecha de cabelo tediosamente em seu couro cabeludo e ainda estava, quando seus olhos foram arrancados.
Ela foi encontrada em um banco do parque, posto em prática como uma boneca em exposição. Isso explicaria por que, talvez, as articularem foram abatidas de suas orbitas, o que tornaria mais fácil para molda-la na posição que quisesse. Pela forma como o assassinato executou, parece que ele vê seus crimes como obras de arte...


Jason Harris [ Investigador criminal ]
Emily foi a segunda vitima de Vine, mas a primeira de suas “obras”. Ele tem uma emoção na criação de novas bonecas. Empalhar humanos, tornando-os bonitos. Ele agora esta com, 17 anos, ainda não foi pego. Continua vivendo em casas abandonadas e continua a matar.
Ele se tornou completamente louco, mas ele não acredita que seja. Podemos descrevê-lo como esquizofrênico. Vine aparentemente parece uma pessoa normal. Ele vive em uma realidade que ele criou para si mesmo em sua própria mente, onde ele não era um assassino, ele era um artista, um artista que fazia lindas bonecas.
Vine orgulhava-se em seu trabalho, mas ainda os via sem valor, sujos e usados ​​...
Na tentativa de tornar-se tão bonito quanto suas bonecas ele arrancou um de seus próprios olhos e substituiu-o com a única coisa que lhe restava de sua infância, um olho de vidro. Ele então costurou metade de um sorriso em seus lábios. No entanto, ele não terminou o trabalho, pois sentia muita dor. Ele sentiu que falhou em tornar-se belo, deixando cicatrizes, deixando seu rosto mutilado por suas próprias mãos.
Ele sabe que está danificado... ele sabe que ele não vale nada... tudo o que ele pode fazer é fazer as pessoas felizes, tornando-as suas belas bonecas...
Seu trabalho tornou-se bastante popular nos jornais e programas de televisão para exibir sua arte em locais públicos. E ele amava o nome dado pelo público também...
O fabricante da boneca...
-Assim como papai, certo?
Eu trabalho em um posto de gasolina na zona rural da Pensilvânia. É um trabalho chato, mas é muito fácil e me pagam bem. Algumas semanas atrás, um cara começou a trabalhar, o nome dele era Jeremy.
Jeremy é estranho. Ele tem cerca de 25 ou 26 anos, e ele quase não fala, mas ele tem a risada mais apavorante que eu já ouvi. Meu chefe e eu notamos isso, mas nunca foi um problema, então não há muito que possamos fazer. Os clientes nunca reclamaram, e ele sempre fez seu trabalho muito bem, até algumas semanas atrás, que é quando as coisas começaram a faltar. Roubos de empregados pode ser um problema a qualquer empresa que vende bens de consumo, e não há apenas uma pessoa trabalhando em um momento no posto de gasolina (que é um lugar bastante pequeno). Cerca de duas semanas atrás, meu chefe começou a perceber que estávamos com pouco óleo de motor. Na primeira, faltavam alguns recipientes de cada vez, em seguida, prateleiras inteiras e caixas da sala. Em breve, os embarques inteiros teria ido ao dia seguinte.
Chegamos a eles, e seria sempre logo após mudanças de Jeremy. Meu chefe tem verificado as fitas da câmera de segurança de cada noite que Jeremy trabalhou, mas ele nunca poderia pegá-lo em flagrante. Jeremy trancava no fechamento, em seguida, o óleo de motor sumia na manhã que aparecia..
Meu chefe geralmente leva a fitas para casa com ele para tentar pegar Jeremy roubando, mas a sua filha tinha um jogo de softball na noite passada, então ele me pediu para assistir a fita para ele. Ele se ofereceu para me pagar horas extras, então obviamente eu levei essa oferta. Há três câmeras, então ele me deu três fitas diferentes para verificar. Eu imaginei que seria uma longa noite, mas eu estou tentando viajar nas férias, então eu realmente precisava do dinheiro. Peguei as fitas, coloquei-as em um velho videocassete e me sentei.
Dois dias atrás (a última vez que ele trabalhou), Jeremy começou às 04h00min. Tudo parecia muito normal no início. Ele contou o dinheiro da gaveta, e esperou por um cliente. A primeira pessoa que veio foi a Sra. Templeton (o tempo no vídeo era 04:03), um cliente normal. Ela pegou os cigarros e um jornal, e pagou com uma nota de vinte. Nada incomum lá. O próximo cliente era um cara da área chamado Ron. Ele dirige uma moto, geralmente vem em todos os dias. Ele encheu o tanque, pegou um saco de beef jerky, pagou com seu cartão de crédito, e, em seguida, saiu. Depois entrou um cara com um chapéu de cowboy. Eu nunca tinha visto ele antes, mas nós ganhamos muitos de estranhos que passam, assim como em qualquer posto de gasolina. Ele pegou quarenta dólares de combustível diesel, pago com uma nota de cem dólares, e prosseguiu o seu caminho. Sentei-me para trás e suspirei. A única coisa mais chata do que fazer este trabalho é ver alguém fazer isso.
A oferta do meu chefe foi o suficiente para me manter assistindo. Tudo parecia muito normal. Eu tinha a sensação de que, se Jeremy estava roubando o óleo do motor, ele sabia que estávamos desconfiados dele até agora. Eu não esperava que ele fosse burro o suficiente para nos deixar pegá-lo na câmera.
Às 05h03min, a Sra. Templeton voltou, ela deve ter esquecido alguma coisa. Mas ela não fez nada demais. Ela comprou o mesmo maço de cigarros, como antes, o mesmo jornal. Ela pagou com mais vinte. Isso é estranho, eu pensei, mas novamente, ela está um pouco distraída. Eu pensei que Jeremy deveria ter dito a ela que já tem seus cigarros, mas não é contra as regras vender à alguém a mesma coisa duas vezes. Foi quando Ron veio novamente. Ele comprou outro tanque de gasolina (para sua moto novamente, mais tarde eu verifiquei a câmera ao ar livre, porque eu pensei que talvez ele tivesse outro carro que ele queria encher) e é o mesmo pacote de charque. Ele pagou com seu cartão de crédito novamente.
Não é grande coisa, eu percebi que isso era apenas uma coincidência estranha. Sra. Templeton é esquecida e Ron provavelmente possui mais de uma Harley. É quando o cara no chapéu de cowboy voltou para dentro eu senti um arrepio na espinha. "Não pegue diesel, não pegue diesel", eu encontrei-me sussurrando para mim mesmo na sala vazia... Mas ele fez. Ele pegou quarenta dólares de combustível diesel e pagou com outra nota de cem dólares. Cada movimento que ele fez foi idêntica a sua primeira visita, até a maneira como ele coçou o nariz, antes que ele saiu. Ou esse cara é rico, dono de uma grande quantidade de caminhões, e acabou de se mudar para a cidade, ou algo realmente bizarro estava acontecendo. Eu continuei assistindo.
Cada cliente para a próxima hora era a mesma de antes. Cada um. Eu estava seriamente assustado, e em seguida, às 6:03, a Sra. Templeton voltou para dentro. Ela comprou os cigarros e jornais de novo, e pagou com uma nota de vinte novamente. Eu só assisti mais meia hora antes de começar o avanço rápido através do resto. Era tudo a mesma coisa. Cada cliente viria exatamente ao mesmo tempo, exatamente uma hora de intervalo.
Agora eu sei o que você está pensando. Esse filho da puta sorrateiro Jeremy tinha mexido com as fitas. Ele havia executado um loop de sua primeira hora de negócios mais e mais. Esse não foi o caso. Há janelas ao redor da área, registro o dinheiro que a câmara cobre, e vi a luz do sol desaparecer com o tempo correu por diante. A rotina de Jeremy não mudou, ele varreu, limpou, reabasteceu e fez todos os seus deveres exatamente como você esperaria. Mas os mesmos clientes iam chegando.
Eu estava em pânico neste momento. Algo estava muito errado com o que eu estava vendo, e eu não tinha nenhuma explicação para isso. Eu saltei para frente quando ele trancou e caminhou até seu carro. Ele não havia roubado nada, mas eu continuei assistindo, só para ter certeza.
Exatamente às 00h03min, de repente, o rosto de Jeremy aparece na câmera. Eu não quero dizer que ele moveu a cabeça em vista, quero dizer que em um segundo a loja estava vazia, e no próximo segundo seu rosto era tudo o que eu podia ver. Ele não estava olhando para a câmera, ele estava olhando para mim, eu tinha certeza disso. Eu gritei e se atrapalhei com o controle remoto. No momento em que eu o peguei, ele se foi. Um quadro que ele estava lá, o próximo ele não estava. Minhas mãos tremiam como um louco, mas eu peguei outra fita. A outra câmara interior mostra a área de volta, pelo registro de dinheiro, e eu gostaria de ser capaz de ver como ele se levantou para colocar o rosto na câmera como essa. Eu pulei na frente de 00h03min, mas não havia nada. Eu teria sido capaz de vê-lo de pé sobre uma cadeira ou algo nessa fita, mas ele não estava lá. Eu não o vi entrar na loja depois que ele a deixou. É como se ele não estava realmente lá. Ele não sabe o código de segurança, e nenhum alarme foi disparado naquela noite depois de ter sido trancado.
O que eu vi, no entanto, era que às 00h03min, o óleo do motor desapareceu da prateleira. Tudo isso. Mesmo que o rosto de Jeremy, um segundo apareceu e no próximo não. Tirei a fita do vídeo e fui para a cama, mas eu não consegui dormir em momento algum. Meu corpo está exausto agora, mas minha mente está confusa. Essa fita foi, sem dúvida, a mais apavorante coisa que eu já vi na minha vida.
Eu trabalho em poucas horas. Meu chefe me pediu para trazer as fitas de volta e deixá-lo saber o que eu encontrei, mas na verdade, o que diabos é que eu vou dizer? Jeremy trabalha no turno da noite, hoje à noite, logo depois de mim, e que o plano é para o meu chefe vir pouco antes de eu sair e falar com ele comigo. Eu não tenho nenhuma ideia do que eu vou fazer. Acho que vou ter que mostrar para meu chefe as fitas, mas eu não quero vê-las com ele. Eu nunca mais quero ver algo assim novamente. Eu não consigo tirar a imagem de Jeremy da cabeça, vejo-o apenas sorrindo diretamente para a câmera , era o olhar mais apavorante que eu já vi na cara de um ser humano.
De qualquer forma, vou tentar novamente para obter algum último minuto antes de dormir, eu tenho que entrar e lidar com isso. Eu vou deixar vocês saberem o que acontece...
UPDATE (02h49min): Estou escrevendo por via do meu celular, me desculpo agora se tiver algum erro. Meu chefe acabou de assistir a última das fitas. Eu disse a ele o que esperar, mas você realmente não pode preparar alguém para algo como isso. Ele está se cagando de medo (e eu também ainda estou) e Jeremy deverá entrar as quatro. Nós temos pouco mais de uma hora para encarar tudo isso juntos, mas nenhum de nós sabe o que dizer a ele. Ele é apenas um cara fodido que gosta de roubar o óleo do motor e assustar a merda de pessoas? Ou ele é outra coisa? Eu não sei se isso é loucura, mas será que alguém acha que ele poderia ter alguma coisa a ver com a volta do tempo? Meu chefe disse que nunca notou nada parecido nas outras fitas, mas a maneira como ele apareceu em um presente que me fez pensar que ele sabia que eu estaria assistindo. É como se ele quisesse-me para ver o que ele poderia fazer. Como se ele estivesse mostrando ou algo assim. A maneira como ele sorriu para a câmera era como uma criança mostrando-lhe um castelo de areia que acabou de construir ou algo assim. Eu não sei, eu provavelmente pareço louco. Eu com certeza me sinto parte disso. Eu vou falar com o meu chefe um pouco mais. Nós temos que nos acalmar-se e descobrir como lidar com isso. Vou atualizar novamente hoje à noite, mas eu tenho um mau pressentimento sobre como isso vai acontecer.
UPDATE (04h33min): Não há sinal de Jeremy. Tentei ligar para ele, mas o telefone foi desligado. Nós estamos chamando a polícia.
UPDATE (05h33min): Não há sinal de Jeremy. Tentei ligar para ele, mas o telefone foi desligado. Nós estamos chamando a polícia.
UPDATE (18h33min): Não há sinal de Jeremy. Tentei ligar para ele, mas o telefone foi desligado. Nós estamos chamando a polícia.
UPDATE (19h33min): Não há sinal de Jeremy. Tentei ligar para ele, mas o telefone foi desligado. Nós estamos chamando a polícia.
UPDATE (20h33min): Não há sinal de Jeremy. Tentei ligar para ele, mas o telefone foi desligado. Nós estamos chamando a polícia.
UPDATE (22h58min): Puta merda. Puta merda santa puta merda. Eu cheguei em casa e vi minhas atualizações anteriores. As coisas fazem menos sentido agora do que nunca. Aqui está o que eu posso te dizer. Fui trabalhar e Jeremy nunca apareceu, meu chefe e eu decidi chamar a polícia, como você está bem ciente. Quando eu peguei o telefone para ligar, o sol saiu. Aparentemente eu apaguei por exatamente cinco horas, porque quando eu olhei para o relógio, era 09h33min. Acho que ficou preso no laço do tempo de Jeremy, e então eu apaguei, se isso faz sentido. Mas isso é quando as coisas ficaram realmente estranhas.
Meu chefe estava ao meu lado quando eu apaguei, pronto para colaborar com a minha história para a polícia. Quando voltei a mim, o telefone estava na minha mão, mas ele estava desligado. Meu chefe ainda estava lá, mas ele não estava se movendo. Ele estava de pé, mas congelado. Olhei para o relógio de novo e ele não estava se movendo. Era exatamente 09:33. O relógio no registro (tela do computador) não estava se movendo também. Meu telefone foi congelado. Houve até um cliente no balcão, esperando meu patrão para levá-lo cigarros. Eu estou apostando que seria seu quinto pacote do dia.
Não trave, não apague as luzes, e desculpe-me, eu não pegar as fitas de segurança para fazer o upload na internet. Acredite em mim, isso era a última coisa em minha mente. O posto de gasolina está em uma estrada principal e os carros estavam estacionados ao longo dela, exceto que eles não estavam estacionados, eles estavam parados. As pessoas dentro dos carros estavam sentadas imóveis como estátuas de cera. Eu entrei no meu carro e rezei para que ele iria ligar. Felizmente ele fez.
Cerca de meio caminho de casa, o tempo começou a fluir novamente. A estática do rádio se transformou em música, como é suposto de ser, e de que eu poderia dizer, ouvindo a conversa entre as músicas do rádio, ninguém percebeu que o tempo parou, ou o que fosse. Eu era o único. Bem, eu tenho certeza que Jeremy percebeu bem. Eu ainda não tenho ideia de onde ele está ou o que está fazendo. Eu estou me escondendo no meu quarto e irei chamar a polícia novamente pela manhã. Estou com medo pela minha vida neste momento. Vou atualizar amanhã, se eu puder.
FINAL UPDATE (10h33min): Eu finalmente caí no sono na noite passada em torno de 4h. Eu não tenho nenhuma ideia de como eu fiz isso, eu acho que a exaustão finalmente obteve o melhor de mim. Esta manhã, eu acordei com o meu telefone tocando, era meu chefe. Ele estava me chamando desde as 6h. Ele acordou quando o tempo voltou ontem à noite e imediatamente chamou a polícia. Eles vieram para ver o que estava errado e ele disse-lhes tudo. A polícia aqui são todos rapazes que não trabalham há muito tempo, eles estavam mais preocupados com o óleo de motor faltando do que qualquer coisa, mas meu chefe imaginou que ele iria levá-lo, desde que ele teve a sua atenção. Eles decidiram ir à procura de Jeremy.
Nós mantemos os registros de todos os nossos empregados em arquivo, e uma vez que Jeremy começou a trabalhar aqui há muito pouco tempo, a dele era fácil de encontrar. Eles checaram o endereço dele e fomos para até lá. Você não vai acreditar no que eles encontraram.
O endereço Jeremy listado sobre o seu pedido foi um lote vazio. Ou, pelo menos agora ele é. Costumava haver uma casa lá, mas foi incendiada em 1993. Sendo uma cidade pequena, quase todo mundo se lembra do fogo naquele dia. Uma família de quatro pessoas morava lá. Há rumores de que eles tinham um filho distante que eles nunca realmente falaram, mas eu não posso dizer com certeza se isso é verdade. O que posso dizer é que na verdade é que depois de uma investigação de seguros, o fogo foi classificado como um incêndio criminoso. Toda a casa foi embebida em óleo e incendiaram com um coquetel molotov. Toda a família estava dormindo quando aconteceu, nenhum deles sobreviveu.
Eles nunca pegaram o cara que fez isso. Há rumores de que quando eles tentaram entrar em contato com o filho distante, ninguém poderia encontrá-lo.
De qualquer forma, meu chefe me chamou e me disse isso, e eu me apavorei. Então ele me pediu para ir ao posto de gasolina. "O que você está louco?" Eu disse, mas ele me garantiu que os policiais estavam lá com ele. Em seguida, ele me falou uma coisa que realmente me surpreendeu: o FBI também estava na cidade e eles estavam indo falar comigo, então eu poderia muito bem ir até lá. Era 07h15min e eu queria ir para a cama, mas achei que não seria capaz de dormir muito mais. De qualquer maneira, eu me deitei.
Quatro homens de terno me cumprimentaram e disseram-me para se sentar. Repassei tudo duas ou três vezes até que eles tiveram todos os detalhes do que aconteceu. Eu disse a eles sobre Jeremy, a fita de segurança, ontem à noite no trabalho. Tudo. Finalmente, depois que eu terminei, um dos agentes disse: "Oh Cristo, nós temos outra questão em nossas mãos." Então eles me fizeram assinar um monte de papéis dizendo que eu não iria contar a ninguém sobre o que aconteceu, por isso não posso dizer muito mais. Eu posso estar infringindo a lei apenas por postar isso.
Então agora eu estou em casa. Eu não sei o que fazer comigo mesmo. Acredito que as palavras do agente irá me atormentar pelo resto de minha vida.
De qualquer forma, eu tenho que ir. Tenho algumas coisas para fazer hoje, e então eu tenho que ir trabalhar para pegar algumas fitas. Meu chefe e eu achamos que esse cara novo, Jeremy, fica roubando o óleo do motor e eu tenho que assistir as imagens de segurança para ver se eu posso pegá-lo fazendo isso. Eu tenho coisas melhores para fazer, mas meu chefe está me pagando horas extras, e eu estou tentando viajar nas férias. Deve ser muito simples: o óleo sempre desaparece logo após seus turnos. Acho que vou apenas assistir as fitas, e pegá-lo no ato, deve ser isso.